quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Procurar viver o evangelho

C. H. Spurgeon

Alguns de vocês, se não podem falar ou escrever muito, podem ao menos viver o evangelho. Esse é um belo modo de pregar - pregar com os nossos pés. Quer dizer, pregar com a nossa vida, com a nossa conduta, com a nossa conversação. A esposa amorosa, que chora em segredo pelo marido infiel, mas o trata sempre com amabilidade; o filho extremoso, cujo coração está quebrantado pela blasfêmia do pai, mas é muito mais obediente do que costumava ser antes de sua conversão; o criado a quem o patrão amaldiçoa, mas a quem pode confiar a carteira com dinheiro, sem saber que quantia há nela; o homem de negócios, escarnecido por pertencer a outra denominação, mas que é direito como uma linha reta, e que não se deixaria arrastar para nenhuma ação indigna por tesouro nenhum - são estes os homens e mulheres que pregam os melhores sermões. Estes são os pregadores práticos com que vocês podem contar.

Dêem-nos o vosso viver santo, e com ele como alavancas mudaremos o mundo. Com a bênção de Deus, acharemos línguas para anunciar a mensagem, mas a nossa grande necessidade é a das vidas dos cristãos de nossas igrejas como ilustração viva daquilo que nossos lábios digam. O evangelho se parece um tanto com um jornal ilustrado. As palavras do pregador são a letra impressa, e os clichês ilustrativos são os homens e mulheres que formam as nossas igrejas. Quando o povo pega um jornal desses, muitas vezes não lê o impresso, mas sempre olha as figuras; o mesmo acontece na igreja, os de fora talvez não venham ouvir o pregador, mas sempre ponderam, observam e criticam as vidas dos membros da igreja. Portanto, caros irmãos e irmãs, se querem ser conquistadores de almas, procurem viver intensamente o evangelho. " Não tenho maior gozo do que este: o de ouvir que os meus filhos andam na verdade".

O Conquistador de Almas,PES, C. H. Spurgeon, pág. 180.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Não só testemunhas e advogados, mas também exemplos.



C. H. Spurgeon

Na igreja cristã precisamos fazer maior uso da arte do chamariz; quer dizer, o exemplo, indo nós mesmos a Cristo, vivendo nós mesmos piedosamente em meio a uma geração perversa; nosso exemplo de alegria e tristeza, nosso exemplo de santa submissão à vontade de Deus na adversidade, e em toda forma de procedimentos benévolos, será o meio de induzir outros a entrarem no caminho da vida.
Naturalmente ninguém vai pôr-se a falar na rua sobre o seu exemplo pessoal.; mas não há pregador ao ar livre que não seja mais conhecido do que ele pensa. No seio da multidão pode haver alguém que conhece a tua vida particular. Uma vez ouvi falar de um pregador de praça pública a quem um ouvinte gritou: "Ah, João você não teria coragem de pregar dessa forma em frente da tua casa!" O que acontecera pouco antes, infelizmente, foi que o senhor João havia desafiado seu vizinho para uma briga e, portanto, não é provável que ele pregasse perto de sua casa. Isso fez daquela interrupção um verdadeiro desastre. Se a vida de alguém no lar for indigna, essa pessoa deverá viajar muitos quilômetros antes de levantar-se para pregar e, ao levantar-se, não deverá dizer nada. Os outros não conhecem, irmãos, sabem muito mais de nós do que podemos imaginar - e o que não sabem, inventam. O nosso comportamento e as nossas palavras devem constituir a parte mais poderosa do nosso ministério. Isso é o que se chama ser coerente, quando os lábios e a vida estão de acordo.
Abrevia-se o meu tempo, mas devo dizer uma palavra sobre outro ponto mais. Eu disse que a ação do Espírito Santo depende em grande parte do servo de Deus, mas devo acrescentar que também dependerá muito da classe de pessoas que rodeiam o pregador. O pregador que tenha que ir para o trabalho ao ar livre inteiramente só, estará em situação deveras infeliz. É estremamente proveitoso estar ligado a uma igreja zelosa e dinâmica que estará orando por você. Alguns pregadores são tão independentes que podem realizar seu trabalho sem auxiliares, mas serão sábios se não procurarem causar boa impressão com isso.

O Conquistador de Almas, PES, págs. 126 e 127.