quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

A História da Igreja


" Nossa própria geração desfruta da herança dada a nós pela geração que nos precedeu. Muitas vezes sabemos mais, não porque temos estado à frente por nossa própria habilidade natural, mas porque somos apoiados pela força [mental] de outros, e possuímos riquezas inerentes dos nossos antepassados." João de Salisbury (1115-1180)



A história da Igreja de D. Jeffrey Bingham editado pela CPAD (2007) aborda a história da igreja de forma rica e sucinta. Jeffrey Bingham tem por objetivo "não apenas descobrir os tesouros do passado da igreja, mas sim mostrar como a história nos ajuda em nossa própria jornada espiritual nos dias de hoje."

A história é vista como um tesouro, uma rica herança trancada dentro de uma arca onde encontram-se: diamantes, esmeraldas, soberanos de ouro e correntes de prata espanhola, que são vistas como introdução de cada capítulo.

A Igreja Primitiva foi o diamante que sustentou a doutrina, foram doutrinamente dedicados e teologicamente astutos, por vários motivos, dentre eles os falsos mestres que continuaram a ameaçar a fé dos crentes, as interpretações variadas e exageradas dos ensinos apostólicos, orgulho faccioso que dividia a igreja e a perseguição, comum nos primeiros dias do cristianismo.

A parte um do livro, passa pelos pais apostólicos cujo lema era a adoração e o discipulado enquanto comunidade de Cristo, em submissa unidade, verdade doutrinária , renúncia, e comenta temas como o dos apologistas, Irineu e outros...

De belos ornamentos de esmeralda foi constituída a igreja na Idade Média, seus problemas eram diferentes daqueles enfrentados pela Igreja Primitiva, as relações entre política e evangelho, formalismo e fé, sociedade e igreja, cultura e conversão tornaram-se, às vezes, indistintas. A " cultura cristã" era confundida com a conversão do coração, instituições e hierarquias foram confundidas com igreja e liderança, a teologia é privativa ao clero e não diz respeito ao leigo. Porém, há exemplos de liderança cristã, oração, uso correto da mente e a prática da vida piedosa.

Mesmo nos momentos nebulosos a vida espiritual da igreja continuou, apesar de a igreja passar por uma época turbulenta em que o mundo estava desintegrando, os crentes durante o período medieval ainda buscavam viver de acordo com a Palavra de Deus. Segundo Beryl Smalley em seu clássico The Study of the Bible in the Middle Ages ( O Estudo da Bíblia na Idade Média): " A Bíblia foi o livro mais estudado da Idade Média. O estudo da Bíblia representou a mais alta forma de se aprender."

Na Reforma Protestante, a doutrina da Igreja é comparada a uma coroa cheia de pedras preciosas na qual os reformadores observaram que algumas jóias inestimáveis foram substituídas por falsificações e o ouro ficou manchado. Os pedaços das verdadeiras doutrinas da salvação, da Igreja e das Escrituras misturaram-se e necessitavam ser arrumadas. Então, surgiram nomes como Martinho Lutero e João Calvino, John Huss e John Wycliffe foram seus antecessores e nos séculos XIV e XV trataram discussões com as quais os reformadores protestantes do século XVI eram simpatizantes.

Na Idade Moderna o autor aborda temas como o Iluminismo e o seu impacto na espiritualidade. Os despertamentos espirituais no século XVIII foram importantíssimos para a história protestante com exemplos; como os reavivamentos em Nova Jersey, Pensilvânia, Massachusetts e em 1906 o reavivamento da rua Azusa, assim como, as missões protestantes modernas e o evangelicalismo.

Os cristãos para D. Jeffrey Bingham " são pessoas que olham tanto para o passado quanto para o futuro adiante, pessoas com entendimento histórico e expectativa confiante."


Franci (resumo do livro)