quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O Cão de Caça do Céu

Em Jo. 3,16, texto repetido e decorado por milhares de cristãos no mundo, fala-se do amor de Deus...
Amor tão profundo e tão inimaginável a ponto de entregar O Seu Unigênito, O Seu Melhor...
Aquele que estava antes de tudo, Aquele que participou ativamente da beleza inominável da criação, Aquele que deu ao homem fôlego de vida, faz-se um de nós...



Francis Thompson em seu poema "O cão de caça do céu" tenta expressar essa busca de um Deus reconciliador, redentor, "à caça" de um homem rebelde, envolto em seus desejos, mas, que finalmente, se entrega ao amor de Cristo:

Dele fugi, noites e dias adentro;
Dele fugi, pelos arcos dos anos;
Dele fugi, pelos caminhos dos labirintos
De minha própria mente; e no meio de lágrimas
Dele me ocultei, e sob riso incessante.
Por sobre esperanças panorâmicas corri;
E lancei-me, precipitado,
Para baixo de titânicas trevas de temores abissais,
Para longe daqueles fortes Pés que seguiam, seguiam
após mim.
Mas com desapressada perseguição,
E com inabalável ritmo,
Deliberada velocidade, majestosa urgência,
Eles marcavam os passos — e uma Voz insistia
Mais urgente que os Pés —
“Todas as coisas traem a ti, que traíste a Mim”.

[...]

Meu Deus, tu não sabes
O quão pouco digno de qualquer amor tu és!
A quem encontrarás que te ame, ignóbil,
Salva-me, salva só a mim?

[...]

Tudo o que tirei de ti, obstante tirei,
Não por tuas injúrias,
Mas para que tão-somente pudesses buscá-lo em Meus
braços...
Levanta-te, segura a Minha mão, e vem!

[...]

A base do cristianismo é linda, pois é Deus buscando o homem, Deus se revelando ao homem com todo o Seu amor, zelo, misericórdia, graça...


Se amamos a Cristo, é porque ele nos amou primeiro (1 Jo 4.19)


Franci