segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Arminianismo ou Calvinismo?

Calvinismo versus Arminianismo
Tipo: Esboços e estudos bíblicos / Autor: Administração do site atosdois.com.br

Calvinismo versus Arminianismo

O termo Calvinismo é dado ao sistema teológico exposto e defendido por João Calvino (1509-1564). Seu sistema de interpretação bíblica pode ser resumido em cinco pontos, conhecidos como "os 5 pontos do Calvinismo" (TULIP em inglês):
1 - Total Depravity (Depravação total) - Todos os homens nascem totalmente depravados, incapazes de se salvar ou de escolher o bem em questões espirituais;

2 - Unconditional Election (Eleição incondicional) - Deus escolheu dentre todos os seres humanos decaídos um grande número de pecadores por graça pura, sem levar em conta qualquer mérito, obra ou fé prevista neles;

3 - Limited Atonement (Expiação limitada) - Jesus Cristo morreu na cruz para pagar o preço do resgate somente dos eleitos;

4 - Irresistible Grace - (Graça Irresistível) - A Graça de Deus é irresistível para os eleitos, isto é, o Espírito Santo acaba convencendo e infundindo a fé salvadora neles;

5 - Perseverance of Saints (Perseverança dos Santos) - Todos os eleitos vão perseverar na fé até o fim e chegar ao céu. Nenhum perderá a salvação.

O Arminianismo é o sistema de Teologia formulado por Jacobus Arminius (1560-1609), teólogo da Igreja holandesa, que resolveu refutar o sistema de Calvino.

Armínio apresentou seu sistema em 5 pontos:

1 - Capacidade humana, Livre-arbítrio - Todos os homens embora sejam pecadores, ainda são livres para aceitar ou recusar a salvação que Deus oferece;

2 - Eleição condicional - Deus elegeu os homens que ele previu que teriam fé em Cristo;

3 - Expiação ilimitada - Cristo morreu por todos os homens e não somente pelos eleitos;

4 - Graça resistível - Os homens podem resistir à Graça de Deus para não serem salvos;

5 - Decair da Graça - Homens salvos podem perder a salvação caso não perseverem na fé até o fim.

Então, o que vocês acham?

Eu, concordo com o Armínio...

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

O pastor das crianças



Charles Haddon Spurgeon


Simão Pedro não era galês, mas tinha muito do que chamamos de fogo galês dentro de si. Era exatamente o tipo de homem que a criançada achava interessante. As crianças acham o máximo reunir-se em volta de um fogo, seja na lareira ou no coração. Certas pessoas parecem ser formadas de gelo, e dessas crianças logo fogem: as congregações ou classes se tornam menores a cada domingo quando criaturas frias e insensíveis têm a autoridade sobre eles. Mas quando um homem ou mulher tem um coração bondoso, as crianças parecem se reunir prontamente, como moscas em dias de outono se agregam num muro quente ensolarado. Por isso, Jesus diz a Simão, o de coração caloroso: "Cuide de meus cordeiros." Ele é o homem para a posição.

Simão Pedro era, além disso, um homem experimentado. Conheceu sua própria fraqueza; tinha sentido as pontadas de consciência; tinha pecado muito e sido muito perdoado, e agora foi levado em terna humildade a confessar o amor e amabilidade de Jesus. Queremos homens e mulheres experimentados para falar com crianças convertidas, e para contar-lhes o que o Senhor já fez por eles, e quais foram seus perigos, seus pecados, suas tristezas e seus consolos. Os novos se alegram ao ouvir a história daqueles que já foram mais longe na estrada do que eles. Posso dizer dos santos experimentados: seus lábios guardam conhecimento. A experiência contada com amor é alimento apropriado para jovens crentes, instrução que o Senhor certamente abençoará na nutrição deles na graça.

Simão Pedro era agora um grande devedor. Devia muito a Jesus Cristo, de acordo com aquela regra do reino — ama muito aquele a quem muito foi perdoado. Ah, você que nunca entrou nesse trabalho para Cristo, mas realmente poderia fazê-lo bem, apresente-se imediatamente e diga: "Eu deixei esse trabalho para mãos mais jovens, mas não farei mais isso. Eu tenho experiência e confio que ainda tenha um coração quente em meu peito. Irei e me unirei a esses trabalhadores que estão ocupados com a alimentação dos cordeiros em nome do Senhor."

Quando o Senhor chama um homem para um trabalho, ele lhe dá o preparo necessário para isso. Como Pedro foi preparado para alimentar os cordeiros de Cristo? Primeiro, sendo alimentado ele mesmo. O Senhor lhe deu uma alimentação antes de lhe dar uma comissão. Você não pode alimentar cordeiros, nem ovelhas, a não ser que tenha sido alimentado. É muito certo você estar ocupado instruindo em grande parte do dia do Senhor; mas um professor é muito insensato se não for ouvir o evangelho pregado e receber uma refeição para sua própria alma. Primeiro, deve ser alimentado e depois alimentar.

Mas Pedro foi especialmente preparado para alimentar os cordeiros por estar com seu Mestre. Ele nunca haveria de esquecer aquela manhã e todos os detalhes que aconteceram. Foi a voz de Cristo que ele ouviu; foi o olhar de Cristo que o atingiu no coração; ele respirou o ar que envolveu o Senhor ressuscitado, e essa comunhão com Jesus perfumou o coração de Pedro e afinou a sua fala para que pudesse sair e alimentar os cordeiros. Eu lhes recomendo o estudo de livros instrutivos, mas, sobretudo, lhes recomendo o estudo de Cristo. Que ele seja sua biblioteca. Chegue pertinho de Jesus. Uma hora de comunhão com Jesus é o melhor preparo para lecionar os novos ou os velhos.

Pedro também foi preparado de um modo mais doloroso do que esse, isto é, pelo auto-exame. A pergunta lhe veio três vezes seguidas: "Simão, filho de Jonas, tu me amas? Tu me amas? Tu me amas?" Muitas vezes, o recipiente precisa de ser areado com auto-exame antes que o Senhor possa usá-lo adequadamente para levar a água viva a sedentos. Nunca faz mal a um homem de coração sincero examinar seu próprio espírito, e ser sondado e experimentado por seu Senhor. É o hipócrita que teme a verdade que testa sua profissão; ele receia falas e meditações importunas; mas o homem genuíno quer saber com toda certeza que ele realmente ama Cristo, e por isso examina o seu interior e interroga e testa a si mesmo.

Esse exame deve ser exercitado principalmente com respeito ao nosso amor; pois o melhor preparo para ensinar os cordeiros de Cristo é o amor — amor por Jesus e por eles. Não podemos ser sacerdotes a seu favor a não ser que, como Arão, usemos seus nomes sobre nosso peito. Precisamos amar ou então não podemos abençoar. Ensinar é trabalho mal-feito quando o amor se vai; é como um ferreiro trabalhando sem fogo, ou um construtor sem argamassa. Um pastor que não ama suas ovelhas é um mercenário e não um pastor; fugirá na hora do perigo e deixará seu rebanho para o lobo. Quando não há amor não há vida; cordeiros vivos não podem ser alimentados por homens mortos. Pregamos e ensinamos o amor: nosso assunto é o amor de Deus em Cristo Jesus. Como podemos ensinar isso se nós não temos amor? Nosso alvo é criar amor no coração daqueles que ensinamos, e nutri-lo onde já existe; mas como podemos transmitir o fogo se não está aceso em nosso próprio coração? Como pode nutrir a chama aquele que tem mãos úmidas, gotejando de mundanismo e indiferença, de modo que age no coração da criança mais como um balde de água do que como uma chama de fogo? Esses cordeiros do rebanho vivem no amor de Cristo: não vão viver em nosso amor? Ele os chama seus cordeiros, e eles o são; será que nós não os amaremos por amor a ele? Foram escolhidos em amor; foram redimidos em amor; foram chamados em amor; foram lavados em amor; foram alimentados com amor, e serão guardados por amor até que cheguem aos pastos verdes do alto dos morros no céu. Você e eu estaremos fora de sintonia com o vasto maquinário do amor divino a não ser que nossa alma esteja cheia do zelo afetuoso para com o bem dos amados. O amor é o maior preparo para o ministério, quer seja exercitado na congregação ou na classe. Ame, e depois alimente. Se você ama, alimente. Se não ama, então, aguarde até que o Senhor lhe tenha vivificado, e não use sua mão não santificada nesse trabalho sagrado.

Com os fracos do rebanho, com os novos convertidos do rebanho, com as criancinhas do rebanho, nossa principal atividade é alimentar. Cada sermão, cada lição, deverá ser um sermão que alimente, e uma lição que alimente. Pouco adianta ficar à frente de todos e bater na Bíblia e exclamar "Acredite, acredite, acredite!", quando ninguém sabe o que é para ser acreditado. Não vejo utilidade nenhuma em violinos e tamborins, pois nem cordeiros nem ovelhas podem ser nutridos com orquestras de instrumentos de metal. Deve haver doutrina, doutrina sólida, sadia, evangélica para ser alimento de verdade. Quando tiver um pernil na mesa, então, deve chamar todos para a refeição com a sineta; mas essa sineta não alimenta ninguém se a comida não for servida. Conseguir que as crianças se reúnam pela manhã e pela tarde é um desperdício dos pés delas e dos seus se você não colocar diante delas a verdade salvadora e sustentadora de almas. Alimente os cordeiros; você não precisa tocar flauta para eles, nem pôr guirlandas em seu pescoço; mas alimente-os.

Dar esse alimento é trabalho humilde, despretensioso, sem ostentação. Você conhece o nome de algum pastor de ovelhas? Posso até conhecer uma ou duas pessoas que seguem essa vocação, mas nunca ouvi ninguém falar deles como sendo grandes homens; seus nomes não estão nos jornais, nem ouvimos falar deles como profissionais que entram na justiça com uma queixa, reivindicando leis para que sejam notados. Os pastores são geralmente pessoas quietas, discretas. Ao vermos um pastor, não percebemos diferença entre ele e um lavrador. Ele caminha sem reclamar durante todo o inverno e, no começo da primavera, não descansa nem de dia nem de noite porque os carneirinhos precisam dele; isso acontece ano após ano, mas ele nunca ganhará uma "insígnia imperial", nem será elevado à nobreza, embora possa ter feito um trabalho bem mais útil do que aqueles que entram flutuando para altos postos sobre seus próprios barris de chopes. Então, no caso de muito professor fiel de criancinhas, ouve-se pouco sobre ele, mas ele faz uma grande obra pela qual os tempos futuros o chamarão de bem-aventurado. Seu Mestre conhece tudo a seu respeito, e naquele dia futuro ouviremos falar dele; talvez não antes.

É trabalho cuidadoso, também, alimentar os cordeiros, pois eles não podem comer qualquer coisa, especialmente os cordeiros de Cristo. É perigoso transmitir um ensino ruim que quase envenena os pequenos crentes. Se os homens devem dar atenção ao que ouvem, devemos cuidar mais daquilo que nós ensinamos. É um trabalho cuidadoso alimentar cada cordeiro separadamente, e ensinar a cada criança a verdade que ela está mais apta a receber.

Além disso, é trabalho contínuo. "Alimente meus cordeiros" não é uma tarefa para uma temporada, e sim para sempre. Os cordeiros não poderiam viver se o pastor só lhes alimentasse uma vez por semana. Creio que morreriam entre um domingo e outro; portanto, os bons professores dos jovenzinhos cuidam deles todos os dias da semana conforme têm oportunidade, e cuidam de suas almas com oração e exemplo santo quando não os estão ensinando com a palavra falada. O pastoreio de carneirinhos é trabalho de todo dia, toda hora. Quando o trabalho de um pastor termina? Quantas horas por dia ele trabalha? Ele lhe dirá que no tempo em que as ovelhas dão cria ele nunca termina. Ele dorme quando pode e logo desperta para agir. É assim com aqueles que alimentam os cordeiros de Cristo; eles não descansam até que Deus salve e santifique seus caros cordeirinhos.

É também um trabalho árduo, e quem não se empenha nele terá uma conta terrível a acertar. Você pensa que a vida de um ministro é fácil? Eu lhe digo que aquele que a torna fácil, a achará bastante dura quando chegar a morte. Nada deixa um homem mais cansado do que o cuidado de almas; assim é em parte com todos que ensinam — não podem fazê-lo bem sem se entregar. A pessoa precisa estudar a lição; precisa trazer algo com carinho para sua classe: precisa instruir-se. Muitas vezes, somos bastante pressionados para encontrar assunto, e queremos saber como vamos conseguir passar pelo próximo dia do Senhor. Ninguém ousa correr para sua classe despreparado e oferecer ao Senhor aquilo que não lhe custou nada. Precisa haver trabalho se o alimento deve ser colocado sabiamente diante dos cordeiros, para que possam recebê-lo.

E tudo isso tem de ser feito com um espírito excelente; o verdadeiro pastor é uma amálgama de muitas graças preciosas. Ele é caloroso com zelo, mas não é inflamado com paixão; é bondoso, contudo, governa sua classe; ele é amoroso, mas não fecha os olhos numa piscada ao pecado; tem poder sobre os cordeiros, mas não é imperioso nem sarcástico; tem bom humor, mas não frivolidade; liberdade, mas não licenciosidade; seriedade, mas não cara fechada. Quem cuida dos cordeiros também deve ser um cordeiro; e bendito seja Deus, há um cordeiro diante do trono que cuida de todos nós, e que faz isso com mais eficácia porque ele é em todas as coisas feito como nós. O espírito pastoral é um dom raro e inestimável. Um pastor bem-sucedido ou um mestre bem-sucedido em uma escola revelará ter características especiais que o distinguem de seus pares. Um pássaro que está sentado sobre seus ovinhos, ou quando as avezinhas acabam de sair da casca, tem ali um espírito maternal, de modo que dedica toda sua vida à alimentação dos pequeninos; outros pássaros podem estar achando prazer no vôo, mas este passarinho se senta quietinho durante todo o dia e a noite e então seus únicos vôos são para providenciar alimento para os bicos abertos que parecem nunca se fartar. Uma paixão tomou conta do pássaro; e algo assim acontece com o verdadeiro ganhador de almas — ele morreria alegremente para ganhar almas; ele se consome, suplica, labuta para abençoar aqueles nos quais pôs seu coração. Se esses podem pelo menos ser salvos, ele empenharia a metade de seu céu por isso; sim, e às vezes em momentos de entusiasmo ele está disposto a trocar o céu completamente por almas ganhas e, como Paulo, poderia se desejar maldito, apenas para que eles fossem salvos. Muitos podem não entender essa bendita extravagância porque nunca a sentiram; possa o Espírito Santo trabalhar isso em nós para que atuemos como pastores verdadeiros pelos cordeiros. Este, então, é o trabalho: "Alimente meus cordeiros".


(Charles Spurgeon, Pescadores de Crianças, capítulo 4 "O pastor das crianças")

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Ônix e Eu - Deus e Nós



Sob influência do filme "Marley e Eu" resolvi deixar o meu cachorro - Ônix ( um labrador preto de mais ou menos uns 30 quilos) - passear na frente da minha casa sem corrente, eu nunca tinha feito isso, ele sempre passeia com meu marido e de corrente. No início foi tranquilo, ele cheirou uns matinhos, fez xixi nuns postes, mas quando um rapaz passou ele foi cheirá-lo e o acompanhando começou a sumir da minha vista, comecei a ficar preocupada e passei a gritar o seu nome, quanto mais eu gritava mais ele se afastava. Fui atrás dele e ele já tinha virado a rua indo em direção à pista, no meio do caminho ele viu um vira-latas com 1/4 do seu tamanho e começou a cheirá-lo, só que o cachorrinho ao olhar para o meu grandão ficou tremendo de medo e saiu correndo, Ônix achando que era uma brincadeira, tipo pique-pega, saiu correndo também atrás do cachorro, o cachorro sem saída deu um salto por cima do primeiro portão que ele viu pela frente, para falar a verdade eu nunca vi um cachorrinho pular assim, parecia mais um gato, Ônix passou por baixo do portão e invadiu a casa de estranhos na sua brincadeira. Morrendo de vergonha entrei na casa da senhora e pedindo várias desculpas peguei o Ônix e o prendi, ele saiu me carregando direto para casa, nessa hora ele soube o caminho direitinho, deitou no chão e apagou de tanto cansaço, afinal a sua manhã havia sido muito animada.
Quando cheguei em casa comecei a fazer um paralelo dessa situação com o nosso relacionamento com Deus, pois ele nos deixa livres para escolhermos entre o bem e o mal, ele nos deu o livre-arbítrio, ele nos chamou para a liberdade. Ainda têm aqueles que dizem que a vida em Cristo é aprisionamento, é ficar longe das coisas "boas" da vida, é uma vida de restrições...
Para mim e creio que para milhares de pessoas a vida em Cristo é sim uma vida de liberdade, liberdade para escolher, liberdade para dizer não às coisas que não nos fazem bem, tanto para o nosso corpo, quanto para nossa vida espiritual, portanto é uma vida mais completa. É uma vida consciente; consciente dos nossos atos, consciente de quem somos, consciente de para aonde vamos, consciente de que somos peregrinos, de que a nossa pátria é o céu, mas que também enquanto estivermos aqui temos que fazer algo...

Franci