quarta-feira, 25 de março de 2009



C. S. Lewis


Uma vez perguntaram para Lewis:“É necessário frequentar um culto ou ser membro de uma comunidade cristã para um modo cristão de vida?”


Sua resposta foi a seguinte: “Esta é uma pergunta que eu não posso responder. Minha própria experiência é que logo que eu me tornei um cristão, cerca de quatorze anos atrás, eu pensava que poderia me virar sozinho, me retirando a meu quarto e lendo teologia, e não frequentava igrejas ou estudos bíblicos; e então mais tarde eu descobri que era o único modo de você agitar sua bandeira; e, naturalmente, eu descobri que isso significava ser um alvo. É extraordinário o quão inconveniente para sua família é você ter que acordar cedo para ir à igreja. Não importa tanto se você tem que acordar cedo para qualquer outra coisa, mas se você acorda cedo para ir à igreja é algo egoísta de sua parte e você irrita todos na casa. Se há qualquer coisa no ensinamento do Novo Testamento que é na natureza de mandamento, é que você é obrigado a participar do Sacramento e você não pode fazer isso sem ir à igreja. Eu não gostava muito dos seus hinos, os quais eu considerava poemas de quinta categoria com música de sexta categoria. Mas à medida em que eu ia eu vi o grande mérito disso. Eu me vi diante de pessoas diferentes de aparência e educação diferentes, e meu conceito gradualmente começou a se desfazer. Eu percebi que os hinos (os quais eram apenas música de sexta categoria) eram, no entanto, cantados com tamanha devoção e entrega por um velho santo calçando botas de borracha no banco ao lado, e então você percebe que você não está apto sequer para limpar aquelas botas. Isso o liberta de seu conceito solitário.”

quarta-feira, 18 de março de 2009

Comunhão



Dietrich Bonhoeffer


“Como é bom, como é agradável habitar todos juntos como irmãos!” (Salmo 133.1)

A seguir veremos algumas diretrizes e regras que as Escrituras Sagradas oferecem para a vida em comunhão sob a Palavra.

Não é óbvio que a pessoa cristã viva entre cristãos. Jesus Cristo viveu em meio a seus adversários. Por fim, todos os discípulos o abandonaram. Na cruz, ele esteve em total solidão, cercado de malfeitores e zombadores. Foi para isso que ele veio: para trazer a paz aos inimigos de Deus. Assim também o lugar do cristão não é na reclusão da vida monacal, mas em meio aos inimigos. É ali que está sua missão, sua tarefa. “O Reino tem que ser estabelecido em meio aos teus inimigos. Quem não quiser se sujeitar a isso não quer ter parte no Reino de Cristo, mas quer viver cercado de amigos, viver em um mar de rosas, na companhia de gente piedosa, jamais de gente má. Ó blasfemadores e traidores de Cristo! Se Cristo tivesse agido como vocês, quem teria se salvo?” (Lutero)

“Eu os semearei entre os povos, mas de longe se lembrarão de mim” (Zacarias 10.9). Pela vontade de Deus, a cristandade é um povo disperso, disperso como semente “entre todos os reinos da terra” (Deuteronômio 28.25). Essa é a sua maldição e a sua promessa. O povo de Deus viverá em terras distantes, entre os descrentes, mas será a semente do Reino de Deus no mundo inteiro.

“Assobiarei para reuni-los porque eu os resgatei”, “e retornarão” (Zacarias 10.8 e 9). Quando isso acontecerá? Já aconteceu em Jesus Cristo que morreu “para congregar na unidade todos os filhos de Deus dispersos” (João 11.52) e acontecerá de forma visível no final dos tempos, quando os anjos de Deus ajuntarem os escolhidos de Deus dos quatro cantos da terra, de um lado do mundo até o outro (Mateus 24.31). Até lá o povo de Deus continua na dispersão, tendo Jesus Cristo como único laço de união, unificados pelo fato de, dispersos entre os descrentes, conservarem sua memória em país estranho.

O privilégio que o cristão têm de viverem já agora em comunhão visível com outros cristãos, no período entre a morte de Cristo e o juízo final, é apenas uma antecipação misericordiosa das coisas derradeiras. É graça de Deus uma comunidade poder reunir-se neste mundo, de maneira visível, em torno da Palavra de Deus e dos Sacramentos. Nem todos os cristãos compartilham dessa graça. As pessoas presas, doentes, solitárias na dispersão, que pregam o Evangelho em terras pagãs estão sozinhas. Elas sabem que a comunhão visível é graça. E oram junto com o salmista: “Eu irei ao altar de Deus, ao Deus que me alegra. Vou exultar e celebrar-te com a harpa” (Salmo 42.4). No entanto, permanecem solitárias, semente dispersa em terras distantes, conforme a vontade de Deus. Porém, elas aprendem tanto mais veementemente pela fé o que lhes é negado como experiência visível. Assim João, o discípulo exilado do Senhor, o apocalíptico, celebra o culto celestial com suas igrejas na solidão da ilha de Patmos “no dia do Senhor, dominado pelo Espírito de Deus” (Apocalipse 1.10). Ele vê os sete candelabros, que são suas igrejas; as setes estrelas, que são os anjos das comunidades; e, no meio e por cima de tudo isso, o Filho do Homem, Jesus Cristo, na imensa glória do Ressurreto. Esse fortalece-o e consola-o com sua Palavra. Esta é a comunhão celestial da qual participa o exilado no dia da ressurreição de seu Senhor.

A presença física de outros cristãos constitui uma fonte de alegria e fortalecimento incomparáveis. Invadindo por grande saudade. Paulo pede a presença de Timóteo, “meu querido filho na fé”, pra fazer-lhe companhia na prisão nos últimos dias de vida, quer revê-lo e tê-lo a seu lado. Paulo não esqueceu as lágrimas de Timóteo por ocasião de sua última despedida (2 Timóteo 1.4). Ao recordar da comunidade de Tessalônica, Paulo ora: “Noite e dia rogamos com instância poder revê-nos” (1 Tessalonicenses 3.10), e o velho João sabe que a alegria com os seus só será completa quando puder visitá-los e falar com eles pessoalmente, ao invés de lhes escrever (2 João 12).

Não é vergonha o crente ter saudade da companhia de outros cristãos, como se isso fosse sinal de viver ainda por demais na carne. O ser humano é criado como carne, na carne apareceu o filho de Deus na terra por amor a nós.(...) Através da pessoa física do irmão, o crente louva o Criador, Reconciliador e Salvador, Deus Pai, Filho e Espírito santo. Na proximidade do irmão, o preso, o doente, o cristão na diáspora reconhece um gracioso sinal físico da presença do Deus triúno.

Na solidão, visitante e visitado reconhecem um no outro o Cristo presente na carne, recebem e se encontram como se com o Senhor se encontrassem – em reverência, humildade e alegria. Aceitam a bênção um do outro como do próprio Senhor Jesus Cristo. Se um único encontro com um irmão traz tanta felicidade, que riqueza inesgotável deve se abrir àqueles que, pela vontade de Deus, são considerados dignos de viver em comunhão diária com outros cristãos!

Obviamente o que para a pessoa solitária é indizível graça de Deus, facilmente pode ser desprezado e pisado pela pessoa que goza desse privilégio todos os dias. Facilmente esquece-se que a comunhão dos irmãos cristãos é um presente gracioso procedente do Reino de Deus, que pode nos ser tirado a qualquer hora, e que talvez um prazo muito curto de tempo esteja nos separando da mais profunda solidão. Por isso, quem pode até este momento viver em comunhão com outros irmãos, que louve a graça de Deus do fundo do coração, agradeça de joelhos e reconheça: è graça, nada mais do que graça, o fato de que hoje ainda podemos viver em comunhão com irmãos cristãos.

É variada a medida da graça da comunhão visível que Deus concede. Uma visita rápida de um irmão cristão, uma oração em conjunto e a bênção fraterna consolam o cristão que vive na diáspora, uma carta escrita pela mão de um cristão conforta-o. As saudações escritas a próprio punho por Paulo em suas cartas eram, sem dúvidas, sinais de tal comunhão. Outras pessoas desfrutam da comunhão do culto dominical. Outras ainda levam uma vida cristã na comunhão familiar. Antes de serem ordenados, jovens teólogos recebem o presente da vida em comunhão com os irmãos por determinado período. Nas comunidades cristãs de fato desperta hoje o desejo de aproveitar os intervalos entre um e outro período de trabalho para um momento de comunhão com outros cristãos sob a palavra. Os cristãos de hoje compreendem de novo a vida em comunhão como sendo a graça, que ela é de fato, como o extraordinário, “as rosas e os lírios” da vida cristã (Lutero).

Comunhão cristã é comunhão por meio de Jesus Cristo e em Jesus Cristo. Não há comunhão cristã que seja mais ou menos do que isso. Quer seja um único e breve encontro ou uma comunhão diária que perdure há anos, a comunhão cristã é somente isso. Pertencemos uns aos outros tão-somente por meio de e em Jesus Cristo.

O que significa isso?

Em primeiro lugar, isso significa que um cristão precisa do outro por amor a Jesus Cristo.

Em segundo lugar, isso significa que um cristão só consegue chegar ao outro por meio de Jesus Cristo.

E em terceiro lugar, isso significa que nós fomos eleitos desde a eternidade, aceitos no tempo e unidos para a eternidade em Jesus Cristo.

[...]


Fonte: Vida em Comunhão, Editora Sinodal, pgs. 09, 10, 11 e 12.
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quarta-feira, 11 de março de 2009

Frases

"Ah! se Deus permitisse que a minha interpretação e a de todos os outros mestres desaparecessem, e que cada cristão pudesse chegar diretamente à Escritura apenas, e à pura palavra de Deus! Percebe-se já por essa tagarelice minha a incomensurável diferença entre a palavra de Deus e todas as palavras humanas, e como homem algum pode, com todas as suas palavras, adequadamente alcançar e explicar uma única palavra de Deus. Trata-se de uma palavra eterna e deve ser compreendida e meditada com uma mente silenciosa. Ninguém é capaz de compreendê-la a não ser a mente que a contempla em silêncio. Para qualquer um capaz de fazê-lo sem comentário ou interpretação, meus comentários e os de todos os outros não seriam apenas inúteis, mas um estorvo. Vão para a própria Bíblia, caros cristãos, e não permitam que as minhas exposições e as de outros estudiosos sejam mais do que uma ferramenta que capacite a edificar de forma eficaz, de modo que sejamos capazes de compreender, experimentar e habitar a simples e pura palavra de Deus; pois apenas Deus habita em Sião." (Martinho Lutero)
"Do meu telescópio, eu via Deus caminhar! A maravilha, a harmonia e a organização do universo só pode ter se efetuado conforme um plano de um ser todo-poderoso e onisciente". (Isaac Newton)
"Como físico, portanto, como homem que dedicou a sua vida à insípida ciência, à investigação da matéria, estou certo de não dar margens a ser considerado com um irresponsável. E assim, após as minhas pesquisas do átomo, posso dizer o seguinte: não existe matéria isoladamente! Toda matéria consiste e se origina somente pela força, que põe em vibração as partículas atômicas, e as coliga nos minúsculos sistemas solares do átomo. Uma vez que em todo o universo não há uma força abstrata inteligente e eterna, devemos conseqüentemente admitir a existência de um Espírito Inteligentíssimo." (Max Planc - Físico)
"A ciência humana de maneira nenhuma nega a existência de Deus. Quando considero quantas e quão maravilhosas coisas o homem compreende, pesquisa e consegue realizar, então reconheço claramente que o espírito humano é obra de Deus, e a mais notável." (Galileo Galilei)
"Um cristão verdadeiro é uma pessoa estranha em todos os sentidos. Ele sente um amor supremo por alguém que ele nunca viu; conversa familiarmente todos os dias com alguém que não pode ver; espera ir para o céu pelos méritos de outro; esvazia-se para que possa estar cheio; admite estar errado para que posa ser declarado certo; desce para que possa ir para o alto; é mais forte quando ele é mais fraco; é mais rico quando é mais pobre; mais feliz quando se sente o pior. Ele morre para que possa viver; renuncia para que possa ter; doa para que possa manter; vê o invisível, ouve o inaudível e conhece o que excede todo o entendimento" (A. W. Tozer)

sexta-feira, 6 de março de 2009

Historicidade




Continuando o estudo, agora sobre Jesus dentro da história, pois Ele não é um mito, nem lenda!

1 Pe 3: 15

O cristianismo se baseia em evidências históricas, então não podemos descrer em Jesus por falta de evidências. Sabemos que Jesus existiu, porque a bíblia diz, temos 4 biografias e o testemunho dos historiadores do Novo Testamento. Entretanto, além dos Evangelhos temos o relato sobre Jesus de vários historiadores seculares e escritores da antiguidade: Tácito, o historiador romano; Suetônio; Plínio, o Moço; Epicteto; Luciano; Aristides; Galeno; Lamprídio; Diocássio; Hinério; Libânio; Eunápio; Zózimo. Outros escreveram livros inteiros contra o cristianismo: Luciano, Celso, Porfírio, Hierócles e Juliano, o Apóstata.
Pôncio Pilatos, procurador da Judéia, escreveu a Tibério César o seguinte: "E Herodes, Arquelau e Filipe, Ainás e Caifás, com todo o povo, entregaram-me Jesus, fazendo grande alarde contra mim, que eu deveria julgá-lo (Jesus). Eu, portanto, dei ordens para que ele fosse crucificado, tendo primeiro mandado açoitá-lo, sem ter achado nele nenhuma causa para as acusações ou malefícios. Quando ele foi crucificado, houve trevas por todo o mundo, tendo o sol se escurecido ao meio-dia, aparecendo as estrelas, mas nelas não havia nenhum fulgor; e a lua, como se tivesse convertido em sangue, não deu sua luz."
Lc 23: 44-45
Tallo, outro escritor secular, no ano 52 DC, escreveu sobre o obscurecimento do sol desde o meio-dia até as três horas da tarde, e dando uma explicação naturalista diz que deve ter sido um eclipse. Mas era tempo de lua cheia (Páscoa) então não se pode ter eclipse do sol na lua cheia.
Tácito, discutindo sobre o incêndio de Roma e a tentativa de Nero de encobrí-lo escreveu: "Então, para suprimir o rumor ele falsamente acusou e puniu com as mais requintadas torturas as pessoas comumente chamadas cristãs, que eram odiadas por suas excentricidades. Cristus, o fundador do nome, foi morto por Pôncio Pilatos, procurador da Judéia no reino de Tibério; mas a superstição perniciosa, reprimida por algum tempo, brotou novamente, não somente na Judéia, onde se originou esse mal, mas também por toda a cidade de Roma." Nesse relato Tácito reafirma que Jesus Cristo foi crucificado por Pôncio Pilatos no reinado de Tibério César. Também cita que Cristus- o Cristo foi o fundador da religião cristã que nasceu na Judéia, mas que estava se espalhando, inclusive em Roma.
Juliano, o Apóstata, escreveu um livro em que tentou destruir o cristianismo, só que ao invés de destruir ele afirma que Jesus nasceu no reinado de Augusto, no tempo em que Cirênio fez um censo na Judéia, além de confirmar que o cristianismo nasceu no tempo dos imperadores Tibério e Cláudio e a autenticidade dos Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João, como fontes autênticas da religião cristã.

Eu tirei esses relatos do livro "Porque creio" de D. James Kennedy, livro ótimo (comprei-o por 5 contos num sebo) por sinal, ele nos dá propriedade para reagir aos ataques contra a nossa fé, além de nos dar seguridade ao/e reafirmá-la. Este livro é feito em tópicos de; porque creio: na bíblia; em Deus; em Jesus; no cristianismo; no inferno; no céu; na ressurreição, e tem um tópico que eu gosto bastante, que mostra como o advento da arqueologia contribuiu para a reafirmação da bíblia.


Franci

segunda-feira, 2 de março de 2009

Humanidade


Fiz um estudo junto com meus amigos - "parcerotis" da S8 para o retiro desse ano e o tema era a personalidade de Jesus. Aprendemos muito. Além de ter sido muito edificante. O meu tópico era Jesus Homem e Jesus histórico;

A humanidade de Cristo

. O fato de o Verbo (LOGOS - Palavra de Deus) ter assumido a natureza humana, não impede a humanidade de Cristo, faz com que Cristo seja o mais perfeito dos filhos dos homens;
. Fl 2: 5-8 - Ao se esvaziar ele voluntariamente se restringiu dos seus atributos e privilégios divinos, também aceitou o sofrimento, a incompreensão, os maus-tratos e o ódio. Para concretizar o plano de salvação Ele teve que nascer de uma mulher e a única maneira de Ele ser um homem impecável era ser concebido pelo Espírito Santo, daí o nascimento virginal, deste modo Ele se identifica com a humanidade -Mt 1:18;
. Jesus teve uma origem e mesmo sendo concebido pelo Espírito Santo Ele foi registrado por José e passa a ser descendente de Davi, cumprindo também a profecia que diz que o Messias seria da descendência de Davi e de Abraão - (Jr 23: 5; Gn 12: 3; GL 3: 16);
. Jesus tinha consciência de sua missão e de que Deus era seu Pai, desde pequeno (Lc 2: 40, 49, 52) se desenvolvia tanto fisicamente quanto espiritualmente;
. Teve uma família numerosa - Mt 12: 47;
. Sentiu sono, fome, sede, cansaço - Mc 4: 38, Mt 21: 18, Jo 4: 6; 19: 28;
. Ele sofreu, chorou e angustiou-se - Mt 26: 37, Lc 19:41;
. Cristo tomou sobre si uma natureza humana com suas tentações, humilhações e fraquezas, porém sem pecado - Hb 4: 15;
. E assim como é heresia negar a humanidade de Cristo, também é heresia negar-lhe a divindade. A natureza divina e humana estão juntas na pessoa única de Jesus Cristo.

Franci

Fontes: Bíblia de estudo pentecostal, Bíblia revista e atualizada e revistinha da CPAD