sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Dietrich Bonhoeffer




A Bênção da Oração Matinal

Nosso dia recebe sua ordem e disciplina a partir da integridade do dia assim conquistada. Ela vai sendo buscada e achada na oração matutina. Vai sendo vivenciada no trabalho. A oração na manhã decide sobre o resto do dia. A vergonha quanto ao tempo desperdiçado, a fraqueza e o desânimo no trabalho, bem como a confusão e a indisciplina em nossos pensamentos e nos relacionamentos com outras pessoas freqüentemente têm sua origem no desleixo da oração matinal. A ordenação e o uso disciplinado do nosso tempo firmam-se quando procedem da oração. As tentações que brotam dos afazeres diários são vencidas pela busca de Deus. As decisões concernentes ao nosso trabalho tornam-se mais fáceis e mais leves quando são tomadas diante da face de Deus e não no temor de homens. “Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor, e não para homens” (Colossenses 3.23). Até as tarefas rotineiras são executadas com mais paciência quando feitas a partir do conhecimento de Deus e do seu mandamento. A força para trabalhar cresce, quando pedimos a Deus que nos dê hoje a força que necessitamos para o nosso trabalho.

Fonte: Extraído de Orando com os Salmos. Encontrão Editora, 1995. p. 75

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A pessoa cristã

Cristã é aquela pessoa que já não busca a sua salvação, a sua redenção e a sua justificação em si mesma, mas exclusivamente em Jesus Cristo. Ela sabe que a Palavra de Deus em Jesus Cristo a condena, mesmo que ela não tenha consciência da própria culpa, e que a Palavra de Deus em Jesus Cristo a absolve e a declare justa, mesmo que ela não tenha consciência de sua própria justiça. A pessoa cristã não vive mais de si mesma, nem da auto-acusação nem da autojustificação, mas da acusação e da justificação de Deus. Vive inteiramente a partir da sentença que Deus pronuncia sobre ela, sujeita-se a ela na fé, quer a condene, quer a absolva. Vida e morte do cristão não se encontram nele mesmo; ele encontra ambas exclusivamente na Palavra que vem a ele de fora, na Palavra de Deus para ele. Os reformadores expressaram-no assim: nossa justiça é uma “justiça alheia”, uma justiça de fora (extra nos). Com isso eles queriam dizer que o cristão depende da Palavra que vem a seu encontro. O cristão vive totalmente da verdade da Palavra de Deus em Jesus Cristo. Perguntando-lhe sobre onde está sua salvação, sua felicidade, sua justiça, ele jamais poderá apontar para si mesmo, mas para a Palavra de Deus em Jesus Cristo que lhe assegura salvação, felicidade e justiça. O cristão anseia ardentemente por esta Palavra. Porque não passa um dia em que não sinta fome e sede de justiça, anseia sempre pela palavra libertadora. Só de fora ela pode vir. Ele mesmo é pobre, está morto. A ajuda deve vir de fora, e ela veio e torna a vir diariamente na Palavra a respeito de Jesus Cristo, trazendo salvação, justiça, inocência e felicidade.

Fonte: "Vida em Comunhão", Dietrich Bonhoeffer - Editora Sinodal, pg 13.

Um comentário:

Unknown disse...

Franci, estou gostando da nova cara que tem dado ao blog, e o conteúdo também, está ótimo.
Tem um amigo meu fazendo também, ele é do meu tempo de zine, o blog dele está fresquinho, dá uma olhada: http://rebatizador.blogspot.com/
Abraço, Paz