sábado, 29 de maio de 2010

Preparando meu coração para aquele dia

George Müller


Aprouve ao Senhor ensinar-me uma verdade, que tem beneficiado a minha vida por mais de catorze anos. É o seguinte: percebi, muito mais claramente do que antes, que o assunto mais importante e mais urgente com que tenho de me ocupar a cada dia é conservar a minha alma muito feliz no Senhor. A primeira coisa com que devo me preocupar não é tanto o quanto eu posso servir ao Senhor, mas o quanto eu posso colocar a minha alma num estado de felicidade no Senhor e alimentar o meu homem interior.

Eu poderia procurar servir ao Senhor pregando a verdade aos incrédulos; poderia procurar beneficiar os crentes; poderia cuidar de aliviar os oprimidos. Poderia ainda procurar proceder de tal maneira a me comportar como um filho de Deus neste mundo, e contudo, por não estar feliz no Senhor e não ser alimentado e nutrido no meu homem interior dia a dia, tudo isto poderia não ser praticado corretamente, ou no espírito certo.

Até então a minha prática tinha sido, por pelo menos dez anos antes disso, de habitualmente me entregar à oração logo depois de me vestir de manhã cedo. Agora eu vejo que a coisa mais importante que eu deveria fazer era me entregar à leitura da Palavra de Deus, e nela meditar, de tal maneira que o meu coração pudesse ser confortado, encorajado, aquecido, reprovado, instruído. Percebi que assim, através da Palavra de Deus, enquanto meditava nela, o meu coração poderia ser levado a uma experiência de comunhão com o Senhor.

Comecei, a partir de então, a meditar no texto do Novo Testamento desde o começo, cedo de manhã. A primeira coisa que eu fiz, depois de pedir em poucas palavras a bênção do Senhor sobre a Sua preciosa Palavra, foi começar a meditar na Palavra de Deus, pesquisando em cada versículo para obter dele uma bênção, não para exercitar o ministério público da Palavra, não para pregar sobre aquilo que eu estava meditando, mas para obter alimento para a minha própria alma.

Descobri que, como resultado disso, invariavelmente logo depois de alguns minutos a minha alma era levada à confissão, ou à ação de graças, ou à intercessão, ou à súplica; de tal modo que, embora eu não tivesse inicialmente me dedicado à oração e sim à meditação, contudo eu era levado quase imediatamente de um jeito ou de outro à oração.

Então, quando eu terminava com a minha súplica, ou intercessão, ou ação de graças ou confissão, eu continuava para os outros versículos, e novamente mergulhava na oração por mim mesmo ou pelos outros, de acordo com o que me guiava a Palavra, mas ainda mantendo diante de mim aquele objetivo da minha meditação, o de obter alimento para a minha alma.

A diferença, então, entre a minha prática anterior e esta atual é isto: antes, quando eu me levantava, eu começava a orar o mais cedo possível, e geralmente gastava quase todo o meu tempo até o café da manhã em oração, ou até todo o tempo. Em todas as ocasiões eu quase invariavelmente começava com oração, a não ser quando eu sentia a minha alma desnutrida, estéril, casos em que eu lia a Palavra de Deus para alimento, ou para refrigério, ou para renovação ou reavivamento do meu homem interior, antes de me entregar à oração propriamente dita.

Mas qual era o resultado disto? Geralmente eu ficava de joelhos quinze minutos, ou meia hora, ou até uma hora, antes de alcançar a consciência de estar recebendo conforto, encorajamento, humildade de espírito, etc., e muitas vezes, depois de ter sofrido com a divagação da minha mente pelos primeiros dez minutos, ou quinze, ou até mesmo meia hora, e então somente aí é que eu começava realmente a orar.

Raramente me acontece isto agora. Com o meu coração alimentado pela verdade, experimentando uma comunhão real com Deus, eu falo com o meu Pai e com meu Amigo (por mais vil que eu seja e indigno disto) acerca das coisas que Ele me trouxe na Sua preciosa Palavra. Muitas vezes eu me admiro agora de que não tenha percebido isto antes.

Pegue esta chave de ouro. Ele o chama. Entre no seu Santo Lugar.


Fonte: Jornal Arauto da Sua Vinda

sábado, 8 de maio de 2010

Jesus em clima de avivamento

Em clima de avivamento, você desencosta Jesus e o coloca acima das tradições, da sua cultura, da sua igreja, dos seus títulos, de seu academicismo, de seus mestres, de seus heróis e gurus.

Em clima de avivamento, você enxerga e deixa Jesus no fundamento, no alicerce, na primeira pedra, na pedra angular, sobre a qual se apóiam os profetas e os apóstolos, sobre a qual você também se apóia.

Em clima de avivamento, você caminha com Jesus até a cruz e morre com ele; você sai da cruz e ressuscita com ele; você ouve a voz de Jesus e o segue; você se liga e permanece ligado a ele tão naturalmente como o ramo de uma videira.

Em clima de avivamento, a cortina começa a se levantar, e Jesus aparece bem nítido e bem próximo diante de seus olhos. Você é capaz de enxergá-lo no princípio mais remoto quando ele estava com Deus e era Deus, quando todas as coisas foram feitas por intermédio dele.

Em clima de avivamento e com a cortina levantada, você contempla tanto a humanidade de Jesus quanto a sua divindade. Diante de seus olhos, Jesus é ao mesmo tempo Filho do homem e Filho de Deus, verdadeiro homem e verdadeiro Deus.

Em clima de avivamento, você é capaz de enxergar Jesus assentado e exaltado à destra do Pai, colocando debaixo de seus pés todos os poderes demoníacos, todas as forças hostis, entre os quais o maior de todos é a morte.

Em clima de avivamento, você se coloca em torno de Jesus Cristo, na certeza de que ele é o centro de tudo, nos céus, na terra e debaixo da terra. A vontade dele passa a prevalecer sobre a sua. Você se nega a si mesmo por causa dele, quantas vezes forem necessárias. Você tem entusiasmo por Jesus e não consegue ficar calado nem com as mãos abanando diante da carência do ser humano e da graça que há em Jesus Cristo.

Essa revolução acontece em clima de avivamento porque é o Espírito da verdade que dá testemunho a respeito da pessoa e obra de Jesus Cristo (Jo 15.26).

fonte: revista Ultimato Novembro-Dezembro 2008