sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Hierarquia

Hirarquia

Diz que um leão ia andando chateado, não muito rei dos animais, porque tinha acabado de brigar com a mulher e esta lhe dissera poucas e boas.(1)
Ainda com as palavras da mulher o aborrecendo, o leão subitamente se defrontou com um pequeno rato, o ratinho menor que ele já tinha visto.
Pisou-lhe a cauda e, enquanto o rato forçava inutilmente para fugir, o leão gritou: "Miserável criatura, estúpida, ínfima, vil, torpe: não conheço na criação nada mais insignificante e nojento.
Vou te deixar com vida apenas para que você possa sofrer toda a humilhação do que lhe disse, você, desgraçado, inferior, mesquinho, rato!" E soltou-o.
O rato correu o mais que pôde, mas, quando já estava a salvo, gritou pro leão: "Será que Vossa Excelência poderia escrever isso para mim?
Vou me encontrar agora mesmo com uma lesma que eu conheço e quero repetir isso para ela com as mesmas palavras."(2)

Moral: Afinal, ninguém é tão inferior assim.
Submoral: Nem tão superior, por falar nisso.

(1) Expressão que se usa para exprimir muitas e mais.
(2) Na grande hora psicanalítica, que soa para todos nós, a precisão de linguagem é fundamental.

(Millôr Fernandes, Fábulas Fabulosas)

Nossas ações repercutem na vida do outro, é como uma bola de neve, se agimos com cortesia, educação, alegria, paciência, brandura, o outro nos recepciona assim. Porém, se agimos contrariamente, com agressividade, rancor, raiva, dureza nas palavras, o outro nos tratará assim, ou pior, tratará o seu próximo deste modo, como eu disse; uma bola de neve.

Franci

sábado, 7 de novembro de 2009

O que é a igreja?

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

O casamento é importante?


Zig Ziglar


O antropologista britânico John D. Unwin dirigiu um estudo profundo sobre oitenta civilizações que nasceram e morreram durante um período de uns quatro mil anos. Dr. Unwin descobriu que uma ameaça comum ocorrida em todas elas. Em cada caso elas iniciavam-se com um ponto de vista conservador, que envolvia fortes valores morais e enfatizava o valor da família. Depois de certo tempo, a conduta conservadora tornava-se mais e mais liberal, os valores morais declinavam e a família sofria. Em cada caso, enquanto a família deteriorava-se a própria civilização desintegrava-se, e em todos os oitenta casos, a queda da nação foi relacionada com a queda da família. Na maioria dos casos a civilização decaiu dentro de uma geração, com a queda da união da família.

A pesquisa de Unwin revelou que quando um homem se apaixona por uma mulher, dedicando-se a cuidar dela, protegê-la e sustentá-la, ele de repente se torna o esteio da ordem social. Em vez de usar suas energias perseguir suas luxúrias e desejos, ele se esforça para construir um lar e poupa para o futuro, procurando conseguir melhor trabalho. Seus impulsos egoístas são inibidos, seus desejos sexuais são canalizados. Ele descobre um sentimento de orgulho, sim, orgulho masculino, porque ele é necessário à sua esposa e filhos. Todos se beneficiam com o relacionamento.

Quando a sociedade é composta por milhões de famílias, estabelecidas em uma moral de conduta saudável, a nação torna-se forte e estável. Força e solidariedade são as grandes contribuições que o casamento traz para as civilizações. Mas na ausência da obrigação familiar, a ruína é inevitável. Quando maridos e mulheres não têm motivos para juntar suas energias a fim de sustentar o lar, então abusam das drogas, do álcool, da promiscuidade sexual, há instabilidade no trabalho, e pode ser esperado um irreprimido comportamento agressivo na cultura. E a falta de energias objetivas é o começo do fim.


Extraído do livro “Namoro no Casamento”, de Zig Ziglar, Editora Maltese-norma, 1992.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Puro. E Simples

Clive Staples Lewis nasceu na Irlanda do Norte, em 29 de novembro de 1898. Embora seja conhecido como um dos maiores escritores cristãos do século XX, foi a partir de 2005 que ampliou sua notoriedade, graças à versão para cinema de um de seus livros de ficção: O Leão, A Feiticeira e O Guarda-Roupa, parte de As Crônicas de Nárnia.


O escritor irlandês iniciou seus estudos em 1916, no University College (Oxford). Parou para servir na Primeira Guerra Mundial, retornou e se formou em 1923. Entre 1925 e 1954 lecionou Literatura no Magdalen College e, depois, em Oxford.

Sua paixão pela leitura veio do berço. Sua família possuía uma biblioteca particular, que permitiu a Lewis e seu irmão mais velho estimularem a criatividade e ampliarem o conhecimento. Quando tinha apenas 10 anos, foi justamente nos livros que Lewis encontrou refúgio diante do falecimento prematuro de sua mãe.

Embora sua família fosse de origem protestante, aparentemente não era religiosa. Com o passar do tempo, Lewis afastou-se do cristianismo, abandonando-o. Mas foi justamente em Oxford que passou a conviver e se tornou amigo de grandes escritores como J. R. R. Tolkien e T. S. Eliot, que o reaproximaram da fé cristã.

A experiência da conversão, ocorrida em 1929, é relatada na autobiografia Surprised by Joy (Surpreendido pela Alegria). Pouco tempo depois, Lewis escreveu uma de suas maiores obras relacionadas ao cristianismo: Mere Christianity (traduzido em português como Cristianismo Autêntico e, posteriormente, como Cristianismo Puro e Simples).

Inicialmente uma palestra transmitida através do rádio – meio que levou C. S. Lewis à popularidade, tornando-o conhecido como o “apóstolo dos céticos” – a obra foi dividida e publicada em três partes (em 1942, 1943 e 1944). Revisada pelo próprio autor, foi novamente reunida e publicada integralmente.

Logo no prefácio, o escritor irlandês deixa claro: “Não lhe direi se deve ser anglicano, batista, católico romano, metodista ou presbiteriano (...) Não estou tentando, neste livro, converter ninguém à minha posição”. E, ao responder à pergunta-título do capítulo “O Cristianismo é Fácil ou Difícil?”, talvez resuma a essência do ensinamento cristão, que deveria estar acima (ou ser a base) de estudos teológicos e teorias: “A Igreja existe (...) só para levar homens a Cristo e fazer deles pequenos Cristos. Se isto não acontece, todas as catedrais, clérigos, missões, sermões e a própria Bíblia são pura perda de tempo. Deus não se fez homem para outro fim”.

Fábio Davidson, cristão protestante, é formado em jornalismo. Criou e mantém o blog DoxaBrasil: http://doxabrasil.blogspot.com


P.S.: Estava achando que teria que comprar o livro "Cristianismo puro e simples" mas, descobri que o livro que eu tenho " Cristianismo autêntico" é a mesma coisa, ainda bem, menos um livro para comprar...

A realidade da lei

C. S. Lewis

"Certas pessoas dizem que, apesar de a boa conduta não ser o que traz vantagens para cada pessoa individualmente, pode significar o que traz vantagens para a humanidade como um todo; e, portanto, a coisa não seria tão misteriosa.
Os seres humanos, no fim das contas, possuem algum bom senso; percebem que a segurança
e a felicidade só são possíveis numa sociedade em que cada qual age com lealdade, e é por perceber isso que tentam conduzir-se com decência. Ora, é perfeitamente verdadeira a ideia de que a segurança e a felicidade só podem vir quando os indivíduos, as classes sociais e os países são honestos, justos e bons uns com os outros. E uma das verdades mais importantes do mundo. Ela só não consegue explicar por que temos tais e tais sentimentos diante do Certo e do Errado. Se eu perguntar: "Por que devo ser altruísta?", e você responder: "Porque isso é bom para a sociedade", poderei retrucar: "Por que devo me importar com o que é bom para a sociedade se
isso não me traz vantagens pessoais?", ao que você terá de responder: "Porque você deve ser altruísta" - o que nos leva de volta ao ponto de partida. O que você diz é verdade, mas não nos faz avançar. Se um homem pergunta o motivo de se jogar futebol, de nada adianta responder que é "fazer gois", pois tentar fazer gois é o próprio jogo, e não o motivo pelo qual o jogamos. No final, estamos dizendo somente que "futebol é futebol" - o que é verdade, mas não precisa ser dito. Da mesma forma, se uma pessoa pergunta o motivo de se agir com decência, não vale a pena responder "para o bem da sociedade", pois tentar beneficiar a sociedade, ou, em outras
palavras, ser altruísta (pois "sociedade", no fim das contas, significa apenas "as outras pessoas"), é um dos elementos da decência. Tudo o que se estará dizendo é que uma conduta decente é uma conduta decente.
Teríamos dito a mesma coisa se tivéssemos parado na declaração de que "As pessoas devem ser altruístas". E é nesse ponto que eu paro. Os homens devem ser altruístas, devem ser justos. Não que os homens sejam altruístas ou gostem de sê-lo, mas que devem sê-lo. A Lei Moral, ou Lei da Natureza Humana, não é simplesmente um fato a respeito do comportamento humano, como a Lei da Gravidade é ou pode ser simplesmente um fato a respeito do comportamento dos ob-jetos pesados. Por outro lado, não é mera fantasia, pois não conseguimos nos desvencilhar dessa ideia; se conseguíssemos, a maior parte das coisas que dizemos sobre os homens seria absurda. Ela também não é uma simples declaração de como gostaríamos que os homens se comportassem para a nossa conveniência, pois o comportamento que taxamos de mau ou injusto nem sempre é inconveniente, e, muitas vezes, é exatamente o contrário. Consequentemente, essa Regra do Certo e do Errado, ou Lei da Natureza Humana, ou como quer que você queira chamá-la, deve ser uma Verdade - uma coisa que existe realmente, e não uma invenção humana. E, no entanto, não é um fato no mesmo sentido em que o comportamento efetivo das pessoas é um fato. Começa a ficar claro que teremos de admitir a existência de mais de um plano de realidade; e que, neste caso em particular, existe algo que está além e acima dos fatos comuns do comportamento humano, algo que no entanto é perfeitamente real - uma lei verdadeira, que nenhum de nós elaborou, mas que nos sentimos obrigados a cumprir. "

Fonte: C. S. Lewis, Cristianismo puro e simples, Martins Fontes: 2005. Cap.: " A realidade da lei" pág. 14.